"Tristeza é quando chove,
"A mágica ensina o que a lógica evita. Princesa acredita que viver é bom por mais que pareça que a dor é infinita."
Onde estão todos? Quanto silêncio, que sensação de solidão. Sensação de que cheguei com atraso à estação e o trem partiu, todos partiram. O jeito é rezar. Pedir que meus pecados sejam perdoados e que um anjo bom me socorra e proteja e ilumine. Pra ter bons olhos para poder ver as coisas. Sabiamente. Equilibradamente. Mas, onde estão todos? Eu não sei rezar no silêncio...
"Gosto de talvez. Da incerteza da palavra e das suas possibilidades. Não gosto de sim, de não, de nunca, de sempre. Renuncio às respostas muito definitivas quando possível. Desconfio das certezas e das definições. Não vivo a paranóia de me afirmar ou de me contradizer a todo instante, nem quero. Pelo menos, não por agora. E não me preocupo se por vezes me afirmo ou me contradigo. No fundo, não quero ter certeza de nada, e nem também não a ter(...). Eu quero a vida, que não carece de definição."
"Tem paciência com tudo não resolvido em teu coração e tenta amar as perguntas em ti, como se fossem quartos trancados ou livros escritos em idioma estrangeiro. Não pesquises em busca de respostas que não te podem ser dadas, porque tu não as podes viver. Vive as grandes perguntas agora. Talvez, num dia longínquo, sem o perceberes, te familiarizes com a resposta."
"Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar."
"A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente."
"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Hoje é daqueles dias em que dá vontade de ficar em casa, de vestido velho, cabelos desarrumados, pé descalso, numa tentativa de ostracismo. Dá até pra arriscar fazer um bolo de fubá com a casquinha crocante e açucarada. E um café fresco pra acompanhar. Sentir o cheiro se espalhando, pegar o telefone e discar pra alguma amiga afim de prosear, sem pressa, a tarde toda. Tanto, até esgotar todos os assuntos e a garrafa de café. O pé está descalso. Falta o fubá. E o café. E a amiga. Cadê o telefone? Hoje é daqueles dias em que dá vontade. Mas o vestido é velho demais, não dá pra receber alguém vestida assim. Fica pra amanhã...
"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."
Quando seguimos por caminhos desconhecidos, é recomendado o uso de mapas e bússolas. E se ainda encontramos pela frente um abismo, é necessário também um paraquedas. Na verdade, ele não para, não evita e nem previne queda alguma, mas ameniza, faz com que se chegue ao solo firme ainda consciente, em segurança, ainda vivo...
"Mega, ultra, hiper, micro, baixa as calorias, kilowats, gigabyte. Traço de audiência, tração nas quatro rodas. E eu? O que faço com esses números?"
Me sinto tão boba! Tão marginalizada! Tão incompreendida! Tão sozinha... Às vezes penso que a língua que eu falo não é a mesma que as pessoas ouvem. Tudo parece complicado - ou complicável. Quando o que eu desejo é tão simples! 
Talvez eu seja realmente "escorregadia", como me disseram certa vez. Ou talvez eu seja, sim, um amontoado de palavras engolidas à força, um baú velho cheio de pensamentos escondidos. Ou um fundo secreto de gaveta!
"O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: estou fazendo, estou pensando."
"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
"Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se não sabem lidar com o meu pior, então, com certeza, não merecem o meu melhor." (Marilyn Monroe)
Dream On
"Não há escolhas sem perdas, nem caminhos sem pedras." (Monica Montone)
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. (Clarice Lispector)
Ainda há pouco gastava os meus raros minutos de concentração pensando em algumas questões que certamente não têm resposta. É que me impulsiona aos efeitos refletir sobre as causas. Me vi às voltas com reflexões sobre uma longa conversa que tive dia desses. Daquelas que fazem com que nos esqueçamos do tempo, a não ser pelos gritos de "ela-roubou-minha-boneca" a interromperem. Era algo sobre conveniências e circunstâncias. Nós somos e fazemos o que nos é mais conveniente, e de acordo com isso é que agimos desta ou daquela maneira. Tentei pensar em qualquer coisa superior a essa circunstancialidade existencial, porém nada me veio à mente. Quer dizer, até veio, sabe? Mas há tempos percebo que usa-se pouco o verbo que me rasgou os pensamentos enquanto eu divagava: compreender. Confesso que me senti um pouco envergonhada. Porque, na verdade, eu estava, mais que refletindo sobre a minha própria vida, julgando fatos e atitudes da vida alheia. Aquilo de ter as receitas pra tudo que é correto ou sobre como não é legal agir, coisas que fazemos muito bem quando o assunto não é a gente. Acabei chegando à conclusão de que antes de se falar em conveniências e circunstâncias é preciso exercitar primeiramente a empatia, compreender de verdade o que se passa de uma forma maior, dentro de nós ou em quem nos rodeia. Afinal, o que julgamos hoje, pode ser o motivo do nosso julgamento amanhã. Ah, no fim das contas as coisas são simples assim, clichês mesmo. Porque a vida é cheia de clichês! E patinamos muitas vezes no mesmo lugar. Nos colocamos no centro, apontando o dedo para a circunferência, enquanto o chão se abre sobre os nossos próprios pés. Bem conveniente. A nós ou a quem quer que seja. Sei que amanhã, numa insistência boba, vou me surpreender gastando meu tempo, novamente, com assuntos que não têm solução. E vou me esquecer da tal palavra que me ocorreu hoje. É do meu gosto agir assim. Mas isso já é outra história... E o amanhã fica pra depois. Devido a algumas circuntâncias...
